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segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Coreanos nascidos fora do país

Muitos são os benefícios de ter pais de países diferentes: saber falar mais de uma língua, ter uma experiência multicultural e, talvez a melhor parte seja a tal dupla nacionalidade. Quando eu decidi ter meu filho no Brasil, me veio à mente a questão de como eu faria para registrar a criança na Coreia. Meu marido me explicou que seria fácil e que, inclusive, ele poderia ter outro nome, como eu tinha explicado no post anterior. Fiquei rindo pensando como uma pessoa teria dupla identidade. Mas isso não só é possível como é comum em um país onde existe uma métrica muito específica na hora de nomear alguém.



Então, quando meu bebê nasceu no Brasil, há um mês e três semanas, aproveitamos que cinco dias depois meu marido iria para a Coreia, e providenciamos rapidamente uma certidão de nascimento para ele. Além disso, precisava de uma tradução juramentada para coreano ou inglês. Se eu morasse em São Paulo, talvez seria fácil achar um tradutor para coreano, mas, no Rio de Janeiro, optamos pelo inglês mesmo. Na Coreia, foi necessário levar esse documento a uma sub-prefeitura, que é um órgão do governo dividido por áreas administrativas da cidade (nome do bairro +  [chong], foto). Também é necessário apresentar a certidão de casamento dos pais e o certificado de relação familiar (가족 관계 증명서).


Pronto. Poucos dias depois de nascer, ele já tinha registro no Brasil e na Coreia, ou seja, uma dupla nacionalidade, que vai poder manter até os 18 anos. Quando alcançar a maioridade, terá que optar por uma só, por questões militares, já que os homens são obrigados a servir o Exército na Coreia do Sul. A questão foi na hora de escolher o nome dele, que meu marido decidiu por Min-Ho (민호). Isso quer dizer que ele quebrou a tradição da família, pois todos os meninos da geração do nosso filho (ou seja, os primos dele) deveriam ter a sílaba “Seob” () no nome. Mas, de acordo com ele, essa terminação soava muito mal, mesmo tendo um significado interessante (“harmonia”). E agora ele tem dois nomes: Alan Annunciação Choi e 최민호 (Choi Min-Ho).

Símbolos dos clãs coreanos: tradições são essenciais para esse povo

Outro caminho, talvez mais fácil para quem não pode ir à Coreia, seria registrá-lo na embaixada ou consulado coreano no Brasil. Isso leva um pouco mais de tempo (uns dois meses) para ficar pronto e é necessário apresentar alguns documentos: registro de casamento dos pais efetuado na Coreia; formulário de registro preenchido; certidão de nascimento original (sem devolução); passaporte original e cópia dos pais; registro familiar dos pais. Agora, só falta tirar um passaporte para ele tanto no Brasil quanto na Coreia e ele vai poder sair pelo mundo, visitando até 166 países, inclusive os EUA, sem necessidade de visto (meu baby está chique).

Eu também poderia tirar minha cidadania coreana, mas teria que abrir mão da minha nacionalidade brasileira (pelo menos, enquanto estivesse em território coreano), e é um processo bem demorado e trabalhoso. Por isso, decidi continuar com meu passaporte brasileiro mesmo e, se for para os EUA, entro na fila para tirar visto. Fazer o quê? Na verdade, estrangeiros podem conseguir a cidadania coreana e há diversos interessados nessa fila. Escrevi sobre isso no BrazilKorea, site que atualizo e, quem tiver curiosidade, pode saber mais aqui.
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Eu vivo pedindo desculpas e vou ter que fazer isso mais uma vez. Fiquei longe daqui por mais de um mês. Cuidar de um bebê tão lindo e gracioso dá trabalho demais. E deixa a gente cansada e sem dormir. Estou planejando vários posts interessantes, mas me faltam determinação e tempo para isso. Ainda mais agora que, até dia 13 de dezembro, tenho provas da faculdade e estou estudando pra caramba. E ainda tem a monografia. Mas prometo que escrevo pelo menos mais alguma coisinha até o fim do ano. Podem deixar sugestões do que gostariam de saber e vai ficar mais fácil para mim. Até mais!